Dia Mundial do Orgasmo: sensação produz benefícios e é indicada para a terceira idade.

A data foi criada para desmistificar o assunto; estimativa aponta que 53% das mulheres nunca tiveram um orgasmo.

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Manaus – O orgasmo é a sensação alcançada no momento máximo de prazer e excitação, com alteração de estado de consciência e bem-estar, acompanhado por sintomas físicos. O detalhamento é da fisioterapeuta pélvica e sexóloga, Natalia Lima. Neste dia 31 de julho, o Dia Mundial do Orgasmo traz à tona o problema de disfunção sexual que muitas pessoas têm para alcançar o ápice do prazer sexual.

O dia dedicado ao clímax do prazer sexual surgiu em 1999, depois que donos de algumas lojas britânicas de acessórios sexuais incitaram um debate sobre o problema que muitas pessoas tinham para chegar ao ápice e convidaram o público para uma roda de conversa. O problema existe até os dias atuais e muitas pessoas ainda enfrentam as mesmas dificuldades por não procurar ajuda.

O que é o orgasmo?

Conforme explica a amazonense Natalia Lima, o orgasmo tem quatro fases, sendo elas: desejo provocado por estímulos sensoriais provocando alterações psicológicas e fisiológicas; em seguida vem a excitação, como consequência da estimulação sexual (à medida que a estimulação aumenta, aumenta também a excitação e surgem outras respostas físicas).

Com o aumento do ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos, ocorrem contrações rítmicas dos músculos da região pélvica onde se chega ao clímax; e por último, a resolução (durante esta fase, todas as alternativas ocorridas na fase de excitação iniciam um processo de inversão, recuperando o seu estado de repouso).

Benefícios à saúde 

A sexóloga explica que o orgasmo faz bem para a saúde, pois ajuda a aliviar dores físicas, como as dores menstruais ou até mesmo enxaquecas. “Ter uma vida sexual saudável aumenta a nossa confiança ao experimentar satisfação e controle do próprio prazer. A masturbação nos faz aprender sobre o que gostamos ou não, o que, consequentemente, facilita a comunicação com o parceiro e a construir relações mais saudáveis. Melhora o humor. Ter um orgasmo libera uma inundação de hormônios de bem-estar na corrente sanguínea, o que pode fazer você se sentir mais feliz, mais calma e menos estressada”, informa.

A médica tira as dúvidas de pessoas que afirmam sentir sonolência após a relação sexual. “Além de melhorar o sono, muitas pessoas acham que o orgasmo as deixa sonolentas, e é por isso que pode ser um ótimo complemento para o seu comportamento na hora de dormir”, conta.

De acordo com Natalia Lima, existem hormônios responsáveis pelo prazer e um dos principais se chama oxitocina, também conhecida como “hormônio do amor”, pois facilita o afeto, amor e apego pelo parceiro. Além deste, também há a dopamina, que desencadeia sentimentos intensos de prazer e desejo. Outros hormônios desencadeiam sensação de euforia, reduzem o estresse e trazem satisfação, como a serotonina, endorfinas e prolactinas.

Sexo na terceira idade

Assim como os jovens, pessoas da terceira idade também precisam do sexo para melhorar o humor, a saúde e garantir maior expectativa de vida, segundo o cardiologista Euler Ribeiro. O médico afirma ainda que o sexo na terceira idade e, consequentemente, o orgasmo, ajuda esse grupo a evitar a depressão.

“O orgasmo repetido liberando endorfina, você nunca cai em um processo depressivo e longe de perder a memória também. Então, no Dia Mundial do Orgasmo [orienta-se] estimular as pessoas de idade tardia a procurar [o orgasmo] que é uma algo fantástico do ponto de vista da relação humana”,

relata o médico.

Ribeiro garante que o sexo na terceira idade assegura uma saúde saudável, pois os órgãos são integrados. “A endorfina é antioxidante, evita a morte celular e desacelera o envelhecimento”.

Euler Ribeiro orienta os idosos a ter uma vida sexual ativa e se houver dificuldades em atingir o clímax sexual, deve-se procurar ajuda de um especialista. Um desses pontos de buscas é a policlínica especializada para atender idosos na Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (Funati). O serviço é público e gratuito e fica localizado na avenida Abraso, 30411, no bairro Santo Antônio, ao lado do centro Magdalena Arce Daou. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h.

Tabus

A sexóloga Natalia Lima lembra que, no Brasil, há uma estimativa de que mais de 53% das mulheres nunca tiveram ou já fingiram um orgasmo.

“Assim como ocorre em até 37% das mulheres que acaba adquirindo uma patologia de disfunção sexual, como anorgasmia, que é a ausência do orgasmo, sendo considerada a segunda disfunção sexual de maior prevalência. A primeira é a dispareunia, com 67% das mulheres. Dispareunia é a queixa de dor ou desconforto na penetração vaginal”, explica Lima.

Algumas mulheres afirmam sentir prazer sexual durante o período menstrual e a médica afirma que o tema ainda é um tabu a ser quebrado nos dias atuais.

“Falar sobre sexo durante a menstruação ainda é um tabu, mas é bom para as mulheres, pois alivia o estresse e a TPM, alivia as dores das cólicas, libera os hormônios de endorfina causando um relaxamento e uma sensação de bem-estar”, comenta.

Para homens e mulheres que desejam uma relação sexual saudável e com prazer, Lima adverte a busca pelo tratamento contra a disfunção sexual. “O tratamento é através da educação sexual, intervenções psicossociais, multiprofissionais. Com abordagens da fisioterapia pélvica, nós tratamos com uso de aparelhos de biofeedback, exercícios do assoalho pélvico, estimuladores como dilatadores e entre outros recursos”, conclui a especialista.

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