Farinha Uarini ganha selo de Indicação Geográfica.

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Selo valoriza farinha produzida em comunidades ribeirinhas do Médio Solimões, no Amazonas

Uarini – Diferenciada da farinha de mandioca comumente consumida nas regiões norte e nordeste do País, e produzida por comunidades ribeirinhas da região do Médio Solimões, no estado do Amazonas, a popular Farinha Uarini recebeu oficialmente a certificação de Indicação Geográfica (IG).Com isso, agricultores dos municípios de Tefé, Uarini, Alvarães e Maraã podem ser beneficiados com o selo que visa reconhecer, proteger e valorizar produtos de procedência determinada.

A cerimônia de entrega do documento do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) que concede a utilização do selo foi realizada nesta terça-feira (27), no auditório da Faculdade de Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Manaus.

O certificado foi entregue ao agricultor Francisco Falcão, morador da Floresta Nacional de Tefé (Flona) – que junto das reservas de desenvolvimento sustentável Mamirauá e Amanã é uma das três unidades de conservação abrangidas pela área estabelecida.

Tradição ribeirinha
De acordo com o agricultor, a Farinha Uarini é obtida depois de diversas etapas aprendidas pela observação e prática continuada nas comunidades ribeirinhas da região.

Falcão ressaltou a importância de uma maior valorização da farinha. “Vendemos ela a R$3 o quilo e agora, com a certificação, ela será comercializada a R$6, o que representará um ganho considerável para as comunidades produtoras, que, historicamente, entregam suas produções aos atravessadores”, comemora.

O reconhecimento também busca assegurar o vínculo das populações ribeirinhas e indígenas da região com uma tradição repassada de geração em geração.

De acordo com a coordenadora do Programa de Manejo de Agroecossistemas do Instituto Mamirauá, Fernanda Viana, a obtenção do selo foi construção de um processo que levou em consideração as particularidades da produção tradicional. “É muito relevante ter um processo produtivo que contribui para a manutenção das práticas tradicionais, para conservação da floresta e que carrega a história destes agricultores. É uma forma de produção diferenciada que não agride a floresta e isso deve ser valorizado”, diz.

O Instituto Mamirauá, organização social fomentada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), participa desde o início, em 2015, das reuniões e grupos de discussão do processo que Fernanda caracteriza como ‘um grande trabalho e amadurecimento conjunto de todos os agricultores e instituições envolvidas’.

Fonte: d24am

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