Moscou — Um ataque a tiros em uma casa de shows próxima a Moscou deixou ao menos 40 mortos e mais de 112 feridos. O caso aconteceu nesta sexta-feira (22). De acordo com autoridades russas, ao menos cinco homens armados vestidos com roupas camufladas abriram fogo contra as pessoas que estavam na Crocus City Hall. Além dos tiros, foram ouvidas duas explosões. Em seguida o prédio começou a pegar fogo.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver os espectadores sentados nas poltronas quando começam a ouvir tiros. Alguns tentam sair para ver o que está acontecendo, enquanto outros permanecem no mesmo lugar. Alguns chegam a filmar a ação. Algum tempo depois, o barulho dos tiros aumentam de volume e as pessoas começam a correr para fora para tentar fugir. Os momentos são de pânico.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia se referiu ao episódio como “um ataque terrorista sangrento”. “Toda a comunidade internacional deve condenar este crime de ódio!”, acrescentou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, no Telegram.
Já o prefeito de Moscou prestou condolências aos familiares das vítimas. “Hoje ocorreu uma terrível tragédia em Crocus City. Apresento minhas condolências às famílias daqueles que morreram”, declarou o prefeito. O patriarca Ortodoxo Kirill, por sua vez, “reza pela paz das almas dos falecidos”, disse seu porta-voz.
Promessa de retaliação
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente Dmitri Medvedev afirmou que o país irá responder o ataque com “execuções totais de terroristas e repressão de suas famílias” e levantou suspeitas sobre Kiev, que nega envolvimento “Se ficar provado que se trata de terroristas do regime de Kiev, é impossível lidar com eles e com os seus inspiradores ideológicos de outra forma. Todos eles devem ser encontrados e impiedosamente destruídos”, disse Medvedev.
O Crocus City Hall fica ao lado de um grande shopping center no extremo oeste de Moscou e foi o local do concurso Miss Universo de 2013, que contou com a presença do então magnata Donald Trump. Os bombeiros foram acionados para apagar o incêndio. O paradeiro dos atiradores é desconhecido.
Uma testemunha ocular disse ao canal Mash, no Telegram, que havia “pelo menos cinco” atiradores no local. “Agiam como combatentes treinados”, diz o relato. “No momento que entraram no prédio, os guardas e as pessoas que estavam na porta foram mortas. Depois, bloquearam a entrada principal.”
“Os terroristas estavam armados com fuzis Kalashnikov”, continua o relato. “Alguns carregavam coletes com várias munições. Pelo menos dois dos homens estavam carregando mochilas, acredito que com coquetéis molotov.”
Risco de ataques
Horas antes do ataque, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) informou que havia impedido um ataque a uma sinagoga em Moscou por uma célula afegã do Estado Islâmico, informou a agência RIA Novosti.
Nas últimas semanas, algumas embaixadas estrangeiras em Moscou emitiram alerta pedindo aos cidadãos para evitar reuniões em massa por causa do risco de ataques.
A Rússia não enfrentava um grande ataque terrorista em seu território desde 2017, quando 14 pessoas foram mortas em uma explosão no metrô de São Petersburgo. Em 2013, homens-bomba mataram 34 pessoas em Volgogrado em pouco antes dos Jogos Olímpicos de Sochi. E em 2011, 30 pessoas morreram durante outra ação com homens-bomba no aeroporto Domodedovo, em Moscou.
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