BRASIL – O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou, nesta quinta-feira, 19, o retorno do horário de verão em 2024. A definição do colegiado, porém, não garante que a medida será implementada.
A decisão final será do governo Lula, que ainda vai avaliar o cenário antes de optar ou não pela medida. Nos estudos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o operador reconhece a importância da adoção do horário de verão nos estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Para que serve e por que o governo discute voltar com o horário de verão?
Os estudos indicam que a medida poderá trazer uma redução de até 2,9% na demanda máxima noturna, tanto em dias úteis como aos finais de semana, em quase todas as condições de temperatura.
Estima-se uma economia de até 2,5 GW de despacho térmico no horário de ponta, o que reduziria custos e contribuiria para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), ampliando a capacidade de atendimento das 18h às 21h.
A medida pode trazer uma economia no custo de operação em torno de R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.
A avaliação é que, com o pôr do sol, cerca de 20% da energia gerada sai do sistema, exigindo maior necessidade de ajustes no setor, com a entrada de outras fontes.
O que falta para o horário de verão voltar no Brasil?
Em coletiva na tarde de quinta-feira, 20, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que levará a recomendação para avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de outros ministérios, setores da economia e do poder Judiciário.
Silveira destacou o horário de verão como uma medida que contribui para a sustentabilidade energética e citou o Canadá como exemplo de país que adota o mecanismo.
Silveira ponderou que descarta a possibilidade de crise energética este ano e afirmou que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avalia que 2024 retomará, nos próximos dias, o volume normal de chuvas.
Silveira também afirmou que é preciso pensar a longo prazo, com foco em 2025 e 2026. Ele ressaltou que ainda não está convencido sobre a volta do horário de verão e que é necessário serenidade para avaliar alternativas e conversar com os setores interessados antes de avançar na discussão.
Quando o horário de verão vai começar se for aprovado por Lula?
O ministro afirmou que a decisão será tomada em até 10 dias. Caso o governo decida pela volta do horário de verão, Lula deve editar um decreto para que a medida entre em vigor num prazo de 30 a 60 dias.
Historicamente, o horário de verão começava em meados de outubro. Em ano eleitoral, a medida era implementada após o segundo turno, marcado para 27 de outubro. O mesmo deve ocorrer em 2024, caso a medida seja aprovada por Lula.S
