‘Existe uma tropa de choque para proteger aqueles que fizeram mau uso dos recursos públicos’, afirma Aziz

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O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), declarou nesta terça-feira (13) que existe uma “tropa de choque” formada por governo e parlamentares governistas para proteger agentes públicos que cometeram irregularidades.

Também disse que os “bandidos que estão no governo” são vistos como “anjos” pelo presidente da República.

Aziz afirmou que ficou clara a proteção a certos atores com a movimentação para defender o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, que prestou depoimento na quarta-feira da semana passada. Dias acabou preso pela CPI, acusado de mentir.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou denúncia do policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que afirma ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina para avançar a negociação para a compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca.

“Se eles não tivessem receio do Roberto Dias, você acha que teria aquela correria toda, de gente do governo para ajudar o Roberto Dias?”, questionou, ao chegar para a sessão do colegiado.

“Ninguém nasceu ontem, ninguém é tolo. A gente percebe aqui que existe uma tropa de choque para proteger aqueles que fizeram mau uso dos recursos públicos e tentaram tirar proveito das vacinas. Isso está claro para a população brasileira”, completou.

Aziz confirmou que Dias elaborou um dossiê, que estaria com seu primo, fora do Brasil. Afirmou não ter informações completas do que está contido, mas adiantou que há emails nos quais a Casa Civil da Presidência pedem audiência, em um caso que ele classificou como provas do crime de advocacia administrativa.

“Sei que tem vários emails da Casa Civil pra ele pedindo para que tratasse ‘olha, esse cara que está indo aí com vocês é uma pessoa nossa’. Aquelas coisas que advocacia administrativa é feita dentro de um governo”, afirmou.

O presidente da CPI também questionou mais uma vez o silêncio do presidente Jair Bolsonaro a respeito das denúncias que teriam sido levadas a ele pelo deputado federal Luis Miranda.

Miranda disse que levou as suspeitas de irregularidades em torno da compra da vacina indiana Covaxin ao próprio Bolsonaro. O presidente da República teria então apontado que se tratava de um esquema do seu líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

Aziz afirmou que as acusações contra Barros teriam sido feitas pelo presidente e não pela CPI. Portanto caberia a Bolsonaro se manifestar e por isso não é prioridade do colegiado ouvir Barros.

“Ele é muito ávido em desqualificar a CPI, atacar a mim, ao Renan [Calheiros], ao Randolfe [Rodrigues]. Trata a gente como bandido. Mas os verdadeiros bandidos que estão no governo dele são uns anjos pra ele”, afirmou.

Fonte: folha de São Paulo

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