Dia da Pizza: pizzaria de Manaus aposta em sabores amazônicos para regionalizar prato mundialmente famoso

Comidas típicas da região como x-caboquinho, creme de cupuaçu e tacaca viram opções de pedida em pizzas para quem ama o prato italiano e também a culinária local.

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MANAUS – A pizza, um dos pratos mais tradicionais em todo o mundo, tem seu dia celebrado no Brasil nesta quarta-feira (10). Em Manaus, uma pizzaria aposta em sabores amazônicos como diferencial para atrair clientes em seu cardápio e reunir amigos e familiares para comemorarem o dia especial.

Comidas típicas da região como x-caboquinho, creme de cupuaçu e tacacá viram opções de pedida em pizzas para quem ama o prato italiano e também a culinária local.

O proprietário do estabelecimento, Rogério Cunha, contou ao g1 que a comemoração do “Dia da Pizza” em 10 de julho teve início em São Paulo, em 1985, para homenagear o alimento e também a imigração italiana no Brasil. O prato é um dos mais tradicionais no país e também em Manaus.

“Esses imigrantes italianos trouxeram esse hábito saudável, e a gente entendeu que a pizza acaba que é um ponto de encontro de pessoas. Inclusive, lá atrás, há 30 anos atrás, quando eu estava pensando em montar a pizzaria, me veio várias memórias afetivas de várias pizzarias. A gente vê que marcou tanto que até hoje eu me lembro da nossa ida nessa pizzaria, que era sempre todo mundo bem animado. E aí acaba que então esse dia serve pra mais um motivo pra nós celebrarmos os amigos, a família”, contou.

Regionalização da pizza

 

Com 30 anos de história na cidade, a pizzaria de Rogério Cunha, passou a transformar pratos tradicionais da Amazônia para as pizzas. O primeiro deles foi o famoso x-caboquinho, sanduíche manauara que reúne pão, queijo e tucumã, há cerca de 20 anos atrás.

“Vendo aquele furacão que estava sendo tucumã, um antigo franqueado meu falou: ‘Olha, precisamos lançar uma pizza de tucumã’. Aí aperfeiçoamos. No início a gente botou só o queijo coalho e o tradicional do Tucumã. Depois a gente acabou explorando um pouquinho de muçarela para ficar um pouquinho mais saborosa. Então surgiu ali a nossa primeira pizza regional”, lembrou Rogério.

Com o sucesso da pizza de x-caboquinho, um cliente sugeriu uma nova ideia. Após uma viagem à cidade natal, no Pará, o consumidor voltou com a ideia que passou para Rogério Cunha: fazer uma pizza de tacacá.

“A pizza de tacacá foi também sugestão de um cliente, um parceiro nosso, paraense. Ele falou: ‘rapaz, essa pizza de jambu está estourando lá em Belém’. Aí então lançamos a pizza de tacacá”, afirmou.

Também após sugestão de um cliente, a pizzaria de Rogério Cunha também lançou uma pizza com sabor de creme de cupuaçu, fechando assim as opções amazônicas do prato italiano para o público.

“Foi uma maneira até, particularmente, da gente expor um pouco mais a nossa riqueza de culinária que a gente tem. Hoje as pizzas regionais respondem já por quase 10% do nosso faturamento e a gente tem uma grande honra de poder divulgar a culinária amazonense através dos sabores de pizza”, afirmou.

Aceitação do público

 

Após o lançamento das opções amazônicas, o público não demorou em aceitar as junções. Inclusive, clientes italianos que foram à pizzaria também aprovaram a regionalização do prato oferecida por Rogério Cunha.

“O italiano, quando se fala de muitas variações de pizza, no caso de pizzas regionais, dá arrepio na pele deles. Para eles, a pizza é um patrimônio, então tem que ser meio uma tradicional margherita, muçarela, assim, muito requinte, sim, muita invenção, vamos dizer. Então, a gente já teve alguns clientes italianos que eles ficaram assim meio ‘nossa’, mas acaba que eles aprovaram”, contou.

Para Rogério Cunha, a regionalização amazônica nas pizzas de seu estabelecimento trazem a oportunidade de levarem a culinária da região através do prato que é tão querido em todo o mundo.

“A gente recebe muito publico de São Paulo, de outros estados do Brasil, e eles aprovam muito, porque é uma maneira deles conhecerem a culinária mesmo. Acaba que teve uma boa aceitação, e para o manauara, que é talvez a maioria do nosso público, foi um reforço de identidade. Hoje, quem não come um x-caboquinho por semana pelo menos? Ele vem aqui, pede a pizza x-caboquinho e se delicia com esse gosto regional, então tem aprovação de 100%”, finalizou o dono da pizzaria.

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