Empresa Líder, contratada em dezembro de 2016, realiza o mesmo serviço de lavagem de roupas pelo valor de R$ 161,8 mil mensal. Os dados indicam sobrepreço de 115%
Manaus – Uma empresa contratada para o Hospital Platão Araújo recebe cerca de 100% a mais pelos mesmos serviços de lavanderia hospitalar e imagens de raios-x, das empresas substituídas após prisão dos proprietários envolvidos no esquema de superfaturamento. A Operação Maus Caminhos foi deflagrada em 2016 pelo Ministério Público Federal com o objetivo de acabar com o esquema de corrupção no sistema de saúde pública do Amazonas.
Em 2016, a empresa Líder Serviços de Apoio a Gestão de Saúde Ltda., que tem como proprietário Sérgio Chalub, substituiu duas empresas que prestavam serviços de imagem e lavanderia hospitalar no Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo, após a deflagração da Operação Maus Caminhos, e prisão dos proprietários das antigas empresas que prestavam serviço na unidade de saúde.
De acordo com o Portal da Transparência do Amazonas, em junho do mesmo ano, a empresa D de Azevedo Flores – do empresário Davi Flores, preso na operação – tinha contrato para serviço de lavanderia hospitalar no valor de R$ 74,1 mil ao mês. Já a substituta, a Líder, contratada em dezembro do mesmo ano, realiza o mesmo serviço pelo valor de R$ 161,8 mil mensal. Os dados indicam sobrepreço de 115%.
Em março daquele ano, a Tapajós Serviços Hospitalares – do empresário Gilberto Aguiar, preso na operação – tinha dois contratos com o governo do Amazonas e realizava serviços de imagens, como raios x e tomografia na unidade de saúde, no valor total de R$ 102, 9 mil, por mês. A empresa Líder, que a substituiu em dezembro, realiza o mesmo serviço, mas no valor de R$ 150 mil, quase 50% a mais do que a antiga prestadora.