Agência Nacional de Águas diz que Rio Madeira tem menor nível em 56 anos

A situação de escassez de recursos hídricos já é considerada crítica na região Amazônica.

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AMAZONAS – A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) anunciou hoje, (10), em Brasília, que o Rio Madeira na Amazônia, enfrenta uma situação crítica de falta de água. Essa decisão foi publicada por meio de comunicado no Diário Oficial da União (DOU) e terá validade até o dia 30 de novembro de 2023.

De acordo com o comunicado, essa decisão foi tomada durante a 26ª Reunião Deliberativa Extraordinária da agência, que aconteceu ontem, (9), e segue as orientações do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). O comitê reconheceu a gravidade da crise hídrica de seca na Região Norte do país, especialmente na Bacia do Rio Madeira, com riscos para o fornecimento de água nos estados do Acre e Rondônia.

A ANA também informou que as três principais estações de medição do nível do Rio Madeira estão com resultados negativos em 95% das avaliações. Por exemplo, em Porto Velho, Rondônia, o nível do rio atingiu o menor valor registrado em 56 anos de medições.

As medições da vazão na Bacia do Rio Madeira mostram que há menos água do que o normal para esta época do ano na maioria dos locais. Além disso, os mapas mensais do Monitor de Secas indicam escassez de água em várias cidades atendidas pelos afluentes e subafluentes do rio.

A severidade da seca preocupa as autoridades devido à importância do Rio Madeira, que atende a diversas necessidades de água, desde as comunidades que dependem dele para sobreviver até o transporte pela hidrovia Corredor Logístico Norte, que é a segunda maior rota para passageiros e produtos na região.

Suspensão de atividades

Também é no Rio Madeira que operam as Usinas Hidrelétricas de Jirau, que têm uma capacidade de 3.750 Megawatts (MW) e são mais resistentes à seca, e a Usina de Santo Antônio, com uma capacidade de 3.568 MW, o que é suficiente para abastecer cerca de 45 milhões de pessoas. No entanto, as atividades da Usina de Santo Antônio estão paralisadas desde o início de outubro.

O Grupo Técnico de Acompanhamento do Plano de Contingência para Lidar com os Impactos Previstos do Fenômeno El Niño sobre os Recursos Hídricos na Bacia do Rio Amazonas (GTA) é a equipe da ANA responsável por monitorar a situação hidrometeorológica do Rio Madeira, junto com os órgãos que gerenciam os recursos hídricos nos estados onde os rios da bacia passam.

De acordo com o comunicado, medidas de prevenção e redução dos problemas causados pelos impactos na utilização da água serão implementadas durante o período de seca, e a extensão da declaração de escassez será avaliada conforme as mudanças nos níveis de água ocorram.

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