AMAZONAS – Na manhã desta segunda-feira (23), um audio contendo falas racistas e misóginas do vice prefeito de Japurá, Elioney Maciel, vazou. No áudio ele se refere a candidata a vice prefeita da chapa do atual prefeito e candidato a reeleição do município, Madalena Cardoso.
No áudio Elioney diz que o atual prefeito escolheu Madalena para ser sua vice por ela ser uma mulher indígena e que por esse motivo ela não teria nenhuma voz no governo, ainda rebaixa a candidata ao falar que nem ele teve pulso para fazer algo na prefeitura, imagina ela sendo indígena. Ainda deixa sua inveja e rancor emergir ao falar que ser vice “não é muita coisa”, já que em 4 anos ele alega que não pode fazer nada e apenas esteve 2 vezes a frente da prefeitura.
Será que Elioney sabe qual o papel de um vice prefeito? Será que ele esperava que o atual prefeito deixasse em suas mãos o trabalho que foi dado à ele pela população de Japurá?
Isso mostra a sua insatisfação e a ambição que tem pelo poder no município de Japurá, é possível perceber em suas falas que ele não está satisfeito em ser o segundo na cadeia de comando. Por isso decidiu trair aquele que o escolheu para ser seu companheiro por 4 anos, mostrando apenas a sua ambição e ingratidão.
OUÇA:
Mulheres indígenas na política
As mulheres indígenas, enfrentam preconceito, racismo, extermínio, invisibilidade e violência. É urgente reconhecer a importância de suas lutas, que vão além da defesa territorial, alcançando a preservação da ancestralidade e o direito a um futuro para suas comunidades.
Elas lutam não apenas pela terra, mas principalmente pelo direito de existir dentro de suas comunidades, desfrutando de suas tradições, culturas, línguas e medicinas tradicionais. As vozes das mulheres indígenas buscam por um futuro onde a caça, o rio e a vida comunitária sejam preservados e sejam protagonista nos seus territórios ocupando os espaços de liderança e poder. O protagonismo dessas mulheres precisa ecoar não apenas nas aldeias, mas também nas esferas de poder, especialmente na política. A defesa do território é central, sendo a ancestralidade o cerne dessa resistência.
Apesar das falas racistas e misóginas de Elioney, Madalena mostra ser uma mulher de pulso firme e disposta a lutar pelo povo indígena e pela população de Japurá. Ela definitivamente não tem culpa se o candidato se afundou na sua inveja e ambição e, esqueceu de usar o seu cargo para ajudar o prefeito a construir uma cidade melhor.
O que será que a maior defensora de mulheres do Estado do Amazonas vai achar dessas falas racistas e misóginas? Afinal, a deputada Alessandra Campelo luta diariamente na Assembleia Legislativa pelos direitos das mulheres, contra misoginia e principalmente pela violência de gênero na política. Essas falas preconceituosas com certeza revoltariam a deputada, ainda mais por se tratar de uma mulher com uma etnia que precisa de voz na política amazonense.