Quase 40% das escolas tem casos confirmados de Covid-19, diz Sinteam.

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As informações foram coletadas pelo Sinteam junto aos servidores públicos que disponibilizaram receitas médicas, atestados e relatos sobre os casos.

Manaus – Há 10 dias as escolas públicas da rede estadual foram reabertas pelo governo do Amazonas. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteam), quase 40% das escolas do ensino médio tem casos confirmados de Covid-19, entre professores, pedagogos, merendeiros, secretárias e gestores.

As informações foram coletadas pelo Sinteam junto aos servidores públicos que disponibilizaram receitas médicas, atestados e relatos sobre os casos. Das 123 unidades escolares do estado, 48 apresentam casos confirmados entre os profissionais da educação. Em algumas unidades, existem alunos com sintomas de Covid-19, mas não há teste para eles, segundo Ana Cristina Rodrigues. “O governo precisa voltar atrás ou prefere se responsabilizar por uma segunda onda e lotar os hospitais e até os cemitérios?”, disse.

Por causa do descumprimento do protocolo seguro da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), o Sinteam já acionou o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e o Ministério Público do Trabalho (MT-AM). “Algumas escolas sequer param para sanitizar, outras param apenas um turno. Não sei que pressa é essa em detrimento da vida e saúde das pessoas. Quem vai se responsabilizar se o pior acontecer?”, questiona a presidente.

Na rede privada, algumas escolas, creches e universidades, retornaram às aulas no dia 6 de julho, data que o governo do Amazonas autorizou o funcionamento. De acordo com a professora Laura Cristina, vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Estado do Amazonas (Sinepe-AM), não foi registrado caso de profissionais com Covid-19.

“O retorno foi permitido a partir do dia 6 de julho, mas nem todas retornaram, dependeu muito da organização de cada escola. Até o momento, não temos nenhuma notificação que algum professor testou positivo para Covid-19”, relatou.

Segundo a vice-presidente do Sinepe-AM, algumas escolas privadas, estão testando os seus professores, mas não é um item obrigatório. O protocolo de segurança divulgado pelo governo do Amazonas é direcionado para a rede pública de ensino. “Na rede privada, cada escola criou o seu. Nas escolas associadas ao Sinepe, o sindicato disponibilizou o plano diretor para todos. Então, as escolas tiveram a opção de usar o plano do sindicato ou seguir o próprio plano que cada escola construiu que é o Plano Individual Estratégico de Retorno às Aulas Presenciais”, destacou a professora Laura.

Paralisação 

Em reunião na última terça-feira (18), o Sinteam decidiu que vai realizar uma paralisação de advertência na próxima segunda e terça-feira para alertar sobre uma possível greve. “Recebemos verdadeiros pedidos de socorro todos os dias de trabalhadores obrigados a ir para a escola mesmo com casos confirmados e ainda recebendo ameaça de gestor. Os casos não param de aumentar”, afirmou Ana Cristina.

Por conta dos casos suspeitos e confirmados de Covid-19 no ambiente escolar, três escolhas já paralisaram suas atividades com medo de contaminação em massa, que são as escolas estuais: Petrônio Portela, José Bernardino Lindoso e Ruy Alencar.

Utilizada pelo governo do Amazonas como escola modelo, o Petrônio Portela soma quatro casos de Covid-19. Na José Bernardino e Ruy Alencar os professores decidiram pela paralisação, mantendo apenas as aulas online, como forma de garantir o cumprimento do protocolo que diz: “dispensar aqueles que tiveram contato com alguém contaminado pelo novo coronavírus (COVID-19), mediante comprovação (atestado médico da pessoa doente), pelo período de 14 dias e monitorar a saúde de cada um deles”.

Veja a lista das escolas com casos confirmados de Covid-19, segundo o Sinteam.
(Atualizada em 21 de agosto – 10h10)

1. Maria do Céu Vaz D´Oliveira (duas professoras)
2. Escola Estadual Agenor Ferreira (um professor)
3. Escola Estadual Homero de Miranda Leão (um professor com sintomas e exame recomendado pro 8º dia de sintomas, dia 19)
4. Escola Estadual Inspetora Dulcinéia Varela Moura (um merendeiro)
5. Escola Estadual Professor Antonio Maurity Monteiro Coelho (um professor)
6. Escola Estadual Professor Cleômenes do Carmo Chaves – (aluna sintomática)
7. Escola Estadual Dom Milton Correa Pereira – (um professor)
8. Escola Estadual Senador Manoel Severiano Nunes – (quatro professores e alunos com sintomas)
9. Escola Estadual Ruy Alencar (cinco professores e uma aluna)
10. Escola Estadual Luiz Vaz de Camões – Japiim (uma professora)
11. Escola Estadual Aldeia do Conhecimento (uma professora)
12. Escola Estadual Hilda Ferreira Tribuzy (secretária da escola)
13. Escola Estadual Lecyta Fonseca Ramos (uma aluna)
14. CMPM 3 (um professor)
15. CMPM 5 (um professor)
16. CMPM 6 (professora)
17. Escola Estadual Eliana de Freitas CMPM 7 (professor)
18. CMPM 8 (professor)
19. Escola estadual André Araújo (um professor)
20. Escola Estadual Eunice Serrano (pedagoga e professora)
21. Escola Estadual Ângelo Ramazzoti (alunos)
22. Escola Estadual Letício de Campos Dantas (dois professores)
23. Escola Estadual Ernersto Penafort (quatro casos)
24. Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós (aluno)
25. Escola Estadual Desembargador André Vidal de Araújo (professor)
26. Escola Estadual Antogildo Pascal (professor)
27 . Escola Estadual Ernersto Pinho Filho (professor)
28. Escola Estadual Áurea Braga (duas professoras)
29. Escola Estadual Julio Cesar de Moraes Passos (um professor)
30. Escola Estadual Petrônio Portela (três casos, inclusive de professora grávida)
31. Escola Estadual José Bernardino Lindoso (dois professores)
32. Escola Estadual Professor Octávio Mourão (uma professora)
33. Escola Estadual Arthur Virgílio Filho (uma professora)
34. Escola Estadual Brasileiro Pedro Silvestre (um professor)
35. Centro Estadual de Tempo Integral João dos Santos Braga (Professora confirmada e três alunos suspeitos)
36. Escola Estadual Samuel Benchimol – (três casos positivos)
37. Escola Estadual Roberto Vieira (uma professora)
38. Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima (professora)
39. Escola de Tempo Integral Cíntia Régia (uma professora)
40. Escola Estadual Professora Diana Pinheiro (uma professora)
41. Centro Estadual de Tempo Integral Cinthia Régia (uma professora)
42. Escola Estadual Karla Patrícia (professores com sintomas)
43. Escola Estadual Sebastião Augusto Loureiro (aluna)
44. Escola Estadual Ruth Prestes Gonçalves (vai ter sanitização)
45. Escola Estadual Ana Lúcia de Moraes Costa e Silva (um professor)
46. Escola Estadual São Luiz de Gonzaga (um professor)
47. Escola Estadual Governador Melo Povoas (parou pra sanitização)
48. Escola Estadual Rilton Leal Filho (um professor)

A confirmar:
49. Escola Estadual Benjamin Magalhães
50. Estadual Balbina Mestrinho (gestor, supervisora)

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc), informou que está preparando em parceira com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), um balanço dos primeiros dias da testagem em massa de profissionais da educação em Manaus. Logo mais que estiver finalizado, será divulgado.

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